A força de sua obra não está no texto direto, cru, agressivo. Ela reúne pequenos elementos do interior/exterior do artista e os recompõem de forma intimistas e até desestabilizadora, que escavam as miudezas que tanto nos incomodam. Seu olhar tipo “raio x” revela os intestinos contorcidos, por onde trafega a matéria descartável, mas também aonde são absorvidas as partes boas dessa matéria, nos enredando num jogo dialético de bem e mau, necessário ou não. Além do branco, preto e nuances de cinza, Fábio costuma pontuar seus trabalhos com cores complementares, num jogo de oposições que nos coloca em xeque e nos faz pensar. Embora seu universo seja intimo algumas obras do artista são materializadas em grandes painéis ou intervenções urbanas intervindo na cidade e como uma mão nos chama. Sem pudor, suas obras, trazem para o primeiro plano tudo o que em geral se tenta ocultar dentro de um espaço/vida.